sexta-feira, 21 de março de 2014

Pedais Lavielectro


Como já disse em artigos anteriores é muito bacana poder usar produtos nacionais e ter a certeza de que qualidade e timbres estejam de acordo com seu gosto. É notório não só o crescimento do mercado, mas também a qualidade dos produtos, nesse quase meio século de vida pude ouvir e tocar uma infinidade de pedais, alguns não merecem nem o comentário de "Ah pelo menos se tentou", então toda vez que toco com alguma coisa nacional que realmente curto eu procuro o responsável para bater um papo e conhecer melhor sua história. O convidado da vez é o Daniel sócio da empresa de pedais hand made Lavielectro, confiram abaixo, se divirtam e experimentem os pedais, eles são realmente tudo isso que ele avisa no fim da conversa!!!!

1-Daniel, como surgiu a Lavielectro?
R: No início de 2011, meu pai e eu estávamos montando alguns pedais para uso próprio, eram tardes de final de semana bastante agradáveis trocando experiências e gastando boas conversas, estávamos curtindo bastante a idéia. Coincidentemente, na mesma época, pegamos um chorus de boutique de um colega pra consertar e não gostamos nada do que vimos. Além da baixa qualidade na construção do pedal, de maneira geral, percebemos que faltava algo, conceito, tema, trabalho criativo..., por traz da coisa. O seguinte pensamento foi inevitável: “…Caramba, os nossos pedais experimentais estão bem mais bacanas do que esse!” E se fizéssemos pra valer? Isso nos desafiou e encorajou a oferecer algo com mais qualidade ao mercado nacional.
Estava aberta a sociedade. 

2-Porque começar com pedais de guitarra e não com outros acessórios?
R: Porque até então, pedais são nossa expertise. Creio que com amadurecimento da empresa e a demanda de clientes por novos produtos, naturalmente nos chamará para outras frentes.

3-Como é a participação do seu pai nesse processo?
R: Meu pai, é sócio e é o cérebro eletrônico da empresa.
Eu defino produto, tipo de efeito, arte, conceito, timbre, e ele faz a coisa sair do papel e acontecer. Ele é um excelente projetista.

4- Quais as expectativas de mercado para esse ano?
R: Apesar da economia instável e do dólar alto, acreditamos que esse ano será muito bom para a Lavielectro, por conta da nossa proposta de valor, que é oferecer um produto de extrema qualidade, diferenciado. Queremos ganhar market share em relação aos importados e pra isso, estamos investindo em marketing para que as pessoas possam rapidamente ter acesso ao nosso produto, no qual confiamos tanto.
5-Tive oportunidade de tocar nos pedais da linha e fiquei impressionado com a qualidade do som e timbre, bem como com o cuidado dos detalhes, como embalagem, manuais etc, dá pra bater de frente com os pedais gringos?
R: Muito obrigado! O que posso dizer, é que esse é o maior objetivo da nossa empresa; fabricar um produto tão bem feito, que faça com que o cliente fique em dúvida se é um produto nacional ou gringo. Acho que chegou o tempo de virar a mesa e quebrar essa cultura nacional de fazer mal feito, fazer com o mais barato.

6-De onde veio a ideia de associar a imagem vintage com os pedais?
R: Sempre gostei do vintage, comecei a curtir ainda mais, quando percebi que na música, vintage, muitas vezes é sinônimo de qualidade, ou o famoso “mojo”. Pesquisei o mercado de pedais, senti muita falta de produtos que pudessem resgatar essa cultura bacana.

7-Quais são os pedais feitos pela Lavielectro hoje?

8- Poderia falar um pouco sobre cada pedal e seu desenvolvimento som, etc..?
 R: O primeiro deles, o “Old Yeller Classic Overdrive”, é um overdrive clássico, como o nome diz, hehe… Não há porque inventar e dizer que ele é o “drive das galáxias”, “nunca antes visto na história deste país” e blá blá blá...
Phill guitarrista dos Detonautas
[risos]. Ele é baseado no famoso chip 4558, utilizado principalmente na linha tube screamer da ibanez, na qual nos inspiramos. Projetamos o circuito de forma a fazer com que a saturação abra um pouco mais comprimida nas válvulas do amplificador, evitando aquele drive “espalhado” que às vezes embola um pouco, enfim, um drive cremoso, versátil e cheio de harmônicos… pau pra toda obra. Logo em seguida, lançamos o “Copy & amp; Paste Vintage Delay”, com sonoridade inspirada nos timbres das antigas máquinas de delay analógico, onde a principal característica é um som quente, levemente saturado, onde o som das repetições tenha um sutil corte de agudos, para que a repetição se diferencie em camadas do som original da guitarra. Quanto mais feedback ajustado, mais suja fica a repetição. Controles simples e timbre quente…esse é o vintageThe Rocket Premium Guitar Booster” foi uma idéia inspirada nas minhas necessidades pessoais em palco. Ele é um clean booster, com dois estágios de ganho. Um primeiro estágio, acionado por uma chave true bypass, liga o pedal e adiciona a quantidade de boost que você definir no knob de ganho. Ao pisar na segunda chave, um ganho extra entra em ação, cerca de 20% a mais do que o valor do primeiro estágio, proporcionalmente, fazendo um “boost do boost”. 
Phill usa pedais Lavielectro
Ganho de sobra pra todo tipo de situação no palco…compensar perda de sinal, adicionar punch, volume pra solos, até um drive…vai da sua criatividade. Nosso lançamento mais recente é um Fuzz chamado “Cold War”, guerra fria em português. Ele tem este nome pois leva todo o estilão dos Black muffs que eram produzidos na Rússia e foram descontinuados. O Cold War está disponível na versão Classic, com transistores de silício, e também na versão “special edition”, com transistores de germânio, pra quem curte um pouco mais de ganho. Utilizamos transistores de germânio, estoque antigo de 1970, trazidos da Ucrânia e Bulgária. (Há algum feitiço em transistores de 1970? Não, mas achamos que seria bacana demais, fazer um pedal chamado Cold War, com componentes fabricados na União Soviética). 

9- Qual o seu set atual?
R: Sim, toco guitarra há muitos anos. Meu set atual hehe, são os pedais da Lavielectro. O que acontece comumente é algum cliente querer o pedal do meu pedalboard e eu ficar sem...rs 

Phill
10-Teremos novos lançamentos ainda em 2014?
R: Com certeza. Estamos atualmente trabalhando no projeto de um reverb digital, com algorítimos de altíssima qualidade. Queremos muito lançá-lo ainda nesse semestre. Temos inúmeros projetos na cabeça e teremos que escolher alguns para 2014, pois o trabalho envolvido é grande. De qualquer maneira, coisas bacanas estão pra sair em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário