Como já disse em artigos anteriores é muito bacana poder usar produtos
nacionais e ter a certeza de que qualidade e timbres estejam de acordo com
seu gosto. É notório não só o crescimento do mercado, mas também a
qualidade dos produtos, nesse quase meio século de vida pude ouvir e tocar uma
infinidade de pedais, alguns não merecem nem o comentário de
"Ah pelo menos se tentou", então toda vez que toco com alguma
coisa nacional que realmente curto eu procuro o responsável para bater um papo
e conhecer melhor sua história. O convidado da vez é o Daniel sócio da empresa de pedais hand
made Lavielectro,
confiram abaixo, se divirtam e experimentem os pedais, eles são realmente tudo isso
que ele avisa no fim da conversa!!!!
1-Daniel, como surgiu a Lavielectro?
R: No início de 2011, meu pai e eu estávamos montando alguns
pedais para uso próprio, eram tardes de final de semana bastante agradáveis trocando
experiências e gastando boas conversas, estávamos curtindo bastante a idéia. Coincidentemente, na mesma época, pegamos um chorus de
boutique de um colega pra consertar e não gostamos nada do que vimos. Além da baixa qualidade na construção do pedal, de maneira
geral, percebemos que faltava algo, conceito, tema, trabalho criativo..., por
traz da coisa. O seguinte pensamento foi inevitável: “…Caramba, os nossos
pedais experimentais estão bem mais bacanas do que esse!” E se fizéssemos pra
valer? Isso nos desafiou e encorajou a oferecer algo com mais qualidade ao
mercado nacional.
2-Porque começar com pedais de guitarra e não com outros
acessórios?
R: Porque até então, pedais são nossa expertise. Creio que
com amadurecimento da empresa e a demanda de clientes por novos produtos,
naturalmente nos chamará para outras frentes.
3-Como é a participação do seu pai nesse processo?
R: Meu pai, é sócio e é o cérebro eletrônico da empresa.
Eu defino produto, tipo de efeito, arte, conceito, timbre, e
ele faz a coisa sair do papel e acontecer. Ele é um excelente projetista.
4- Quais as expectativas de mercado para esse ano?
R: Apesar da economia instável e do dólar alto, acreditamos
que esse ano será muito bom para a Lavielectro, por conta da nossa proposta de
valor, que é oferecer um produto de extrema qualidade, diferenciado. Queremos ganhar market share em relação aos importados e pra
isso, estamos investindo em marketing para que as pessoas possam rapidamente
ter acesso ao nosso produto, no qual confiamos tanto.
5-Tive oportunidade de tocar nos pedais da linha e fiquei
impressionado com a qualidade do som e timbre, bem como com o cuidado dos
detalhes, como embalagem, manuais etc, dá pra bater de frente com os pedais
gringos?
R: Muito obrigado! O que posso dizer, é que esse é o
maior objetivo da nossa empresa; fabricar um produto tão bem feito, que faça
com que o cliente fique em dúvida se é um produto nacional ou gringo. Acho que chegou o tempo de virar a mesa e quebrar essa
cultura nacional de fazer mal feito, fazer com o mais barato.
6-De onde veio a ideia de associar a imagem vintage com os
pedais?
R: Sempre gostei do vintage, comecei a curtir ainda mais,
quando percebi que na música, vintage, muitas vezes é sinônimo de qualidade, ou
o famoso “mojo”. Pesquisei o mercado de pedais, senti muita falta de produtos
que pudessem resgatar essa cultura bacana.
7-Quais são os pedais feitos pela Lavielectro hoje?
R: Old
Yeller – Classic Overdrive, Copy&Paste
– Vintage Delay, The
Rocket - Premium Guitar Booster, Cold War
CCCP Fuzz Classic e Special
Edition.
8- Poderia falar um pouco sobre cada pedal e seu
desenvolvimento som, etc..?
R: O primeiro deles, o “Old Yeller Classic
Overdrive”, é um overdrive clássico, como o nome diz, hehe… Não há porque
inventar e dizer que ele é o “drive das galáxias”, “nunca antes visto na
história deste país” e blá blá blá...
Phill guitarrista dos Detonautas |
Phill usa pedais Lavielectro |
Ganho de sobra pra todo tipo de situação no palco…compensar
perda de sinal, adicionar punch, volume pra solos, até um drive…vai
da sua criatividade. Nosso lançamento mais recente é um Fuzz chamado “Cold War”, guerra fria
em português. Ele tem este nome pois leva todo o estilão dos Black muffs que
eram produzidos na Rússia e foram descontinuados. O Cold War está disponível na versão Classic, com
transistores de silício, e também na versão “special edition”, com transistores
de germânio, pra quem curte um pouco mais de ganho. Utilizamos transistores de
germânio, estoque antigo de 1970, trazidos da Ucrânia e Bulgária. (Há algum
feitiço em transistores de 1970? Não, mas achamos que seria bacana demais,
fazer um pedal chamado Cold War, com componentes fabricados na União
Soviética).
9- Qual o seu set atual?
R: Sim, toco guitarra há muitos anos. Meu set atual hehe,
são os pedais da Lavielectro. O que acontece comumente é algum cliente
querer o pedal do meu pedalboard e eu ficar sem...rs
10-Teremos novos lançamentos ainda em 2014?
Phill |
R: Com certeza. Estamos atualmente trabalhando no projeto de
um reverb digital, com algorítimos de altíssima qualidade. Queremos muito lançá-lo ainda nesse semestre. Temos inúmeros
projetos na cabeça e teremos que escolher alguns para 2014, pois o trabalho
envolvido é grande. De qualquer maneira, coisas bacanas estão pra sair em
2014.
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