Sou Playboy, filhinho de papai

Esse foi um texto que escrevi em Setembro de 2007, mais que acho atual e serve para um pouco de reflexão. Fiquei tão chateado que no mesmo ano fiz umas doações para o projeto "nós no morro".

Fui ao show do Living colour, no circo voador e a banda realmente é sensacional, bons músicos, carismáticos, boa dinâmica, postura e excelentes no palco.
Antes do show houve um show que achei muito chato com participação do Lenine que entrou com um pedaço de papel na mão para cantar, tosco a beça!!!

Depois teve o projeto Nós no morro a pedido do Living colour, pela primeira vez na vida tive vergonha da minha condição sócio cultural e de tocar rock, as pessoas vaiaram o projeto na mas absoluta falta de respeito, havia poucas pessoas ,que como eu ganharam ingressos, o restante pagou pelo meno 50 pratas pelo show ou seja todo mundo classe média e média alta com o cursinho de inglês em dia pronto para cantar as músicas do living colour; mas esqueceram da importância sócio-cultural do projeto, que aquelas mesmas pessoas que foram vaiadas, houve até uma tentativa de agressão frustrada, poderiam ser as mesmas a gritar em qualquer sinal da zona sul" ai playboy perdeu"...

Enquanto essa classe média de esquerda ou de direita, que são filhinhos de papai não aprenderem que o que nos resta é unificar e dar acesso a informação, invadir o espaço da má formação, atuar onde o poder público não consegue, continuaremos reféns da violência e do caos descontrolado, continuaremos queimando índios, batendo em empregadas na rua, arrastando crianças no carro e ai vai.Viva o Nós no morro.